PCdoB vai requerer espaço na chapa majoritária de 2026, diz Daniel

Daniel Almeida cobra reciprocidade e reconhecimento da fidelidade do PCdoB - Foto: Lula Bonfim | Ag. A TARDE

O grupo de Jerônimo Rodrigues (PT) deve ter muito trabalho para montar a chapa majoritária nas eleições estaduais em 2026. Isso porque são muitas as legendas que desejam um espaço de destaque, incluindo o próprio partido do governador. Nesta segunda-feira, 6, o PCdoB foi mais uma sigla a sinalizar seu desejo de protagonismo.

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) revelou ao Portal A TARDE que seu partido deverá sim requerer um espaço na chapa majoritária, seja com o nome dele, seja com o nome da também deputada federal Alice Portugal (PCdoB). A avaliação do parlamentar é que chegou a hora dos comunistas serem recompensados pela velha fidelidade ao projeto, em uma aliança que dura desde os anos 1990.

“O PCdoB é um partido que tem compromisso com esse projeto, está presente nele há muito tempo, tem lideranças destacadas no estado e tem pretensão, sim, de oferecer alternativa para a chapa majoritária. Isso é uma manifestação que não é só do PCdoB, mas das diversas correntes políticas. Nós vamos, em um momento apropriado, fazer o debate e apresentar a nossa sugestão”, declarou Daniel.

A tendência é que Jerônimo concorra à reeleição. Começando por isso, sobrariam duas vagas para a disputa do Senado Federal e o posto de vice-governador. Essas três vagas, porém, possuem a cobiça de muitos quadros políticos.

Neste sábado, 4, o senador Jaques Wagner (PT) já sinalizou seu desejo de concorrer à reeleição. O petista, como principal líder do grupo político, só não terá esse espaço na chapa se acabar desistindo de concorrer. Mantendo sua intenção, ocupará certamente uma vaga na disputa pelo Senado.

Os postos hoje ocupados pelo senador Angelo Coronel (PSD) e pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB), por outro lado, são tidos como “em aberto”. O PSD requer a manutenção de seu espaço no Senado, como partido que possui mais prefeitos no interior da Bahia. Já o MDB aposta em um crescimento nas eleições municipais de 2024 para conseguir segurar a sua vaga na chapa.

Ao mesmo tempo, o ex-deputado federal Ronaldo Carletto (Avante) vislumbra um espaço na chapa majoritária. Hoje no comando do Avante, ele conseguiu fazer da sigla a segunda em quantidade de prefeitos na Bahia, com 62 gestores municipais. O plano A é se lançar candidato ao Senado, mas o ex-parlamentar também ficaria satisfeito com o posto de vice-governador.

Essa flexibilidade de Carletto é vista como natural, porque a segunda vaga do Senado na chapa parece garantida para o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Ex-governador da Bahia, o petista é tratado como a segunda liderança mais importante do grupo, sendo candidato natural ao posto.

Nessa disputa toda de PT, PSD, Avante e MDB, o PCdoB aparece um candidato menos forte a compor a chapa majoritária. Apesar disso, Daniel Almeida argumenta em defesa de uma reconhecimento dos comunistas no grupo político governista.

“É um time que tem muitos craques e a gente tem que criar condições de espaço para todos. Mas, para que a coalização se mantenha, seja forte, tem que haver reciprocidade, tem que haver isonomia, tem que haver reconhecimento do papel de cada força política”, afirmou Daniel ao Portal A TARDE.

“O PCdoB é o único partido que, nos últimos anos desse projeto, não teve a oportunidade participar da chapa majoritária. Então, acho que isso tem que ser levado em conta, tem que haver uma espécie de alternância de posições entre as forças políticas que compõem o projeto”, acrescentou o deputado.

Daniel Almeida lembrou que ele e Alice Portugal estão no sexto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, em Brasília, possuindo bagagem suficiente para requererem o espaço na chapa majoritária.

“Nós temos deputados federais com seis mandatos. Eu, inclusive, já fui candidato a senador em 1998, quando a gente estava abrindo o caminho para esse espaço da esquerda, para a esquerda se colocar como uma alternativa política na Bahia. Tem o nome de Alice [Portugal], que tem seis mandatos. Nós temos quatro deputados estaduais com mais de um mandato, cada um deles, mandatos muito sólidos, muito fortes. Nós temos lideranças no movimento social também, com muita expressão. Então, nomes é que não faltam”, defendeu o comunista.

“Agora, na definição que o partido fará lá na frente, o nome dos dois deputados federais, meu e de Alice, podem estar em melhores condições para justificar, para colocar à disposição”, concluiu Daniel.

Fonte: A Tarde

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