Revelação do arrocha, Racine Neto conquistou mais de 400 mil seguidores em menos de 2 meses

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

Em terra de bregafunk, quem canta arrocha & faz sucesso é rei. Mas até alcançar a "família real do arrocha", um longo caminho foi percorrido por Racine Neto, de 26 anos, que apostou em um gênero que faz pouco barulho em Paulista, no Pernambuco, sua terra natal, para conquistar o público e chamar atenção de artistas como Solange Almeida e João Gomes, e de empresários.

"Vim de uma família muito humilde, vim de Pernambuco, morava em uma cidade pequena perto de Recife chamada Paulista e sempre gostei muito de música. Desde quando eu me entendo de gente eu canto, mas a vida acabou me levando para outros caminhos. Trabalhei de tudo que você pode imaginar, fui vendedor em loja de roupa, trabalhei em portaria, trabalhei no Hospital das Clínicas de Recife de carteira assinada, fiz faculdade de Letras e me tornei professor, mas eu nunca deixei a música de lado."



Filho único por parte de pai, figura que não foi presente na vida dele, Racine cresceu criado pelos avós até os 18 anos, quando perdeu as duas referências e voltou a morar com a mãe e a irmã, duas grandes impulsionadoras do sonho de se tornar uma estrela do arrocha no país.

"Sempre fui muito apegado aos meus avós, depois que eles morreram eu fui morar um tempo com minha mãe e minha irmã e hoje elas são tudo para mim. Até de longe eu faço questão de tê-las por perto. Tudo que eu conquisto aqui, quero que elas tenham em dobro onde estiverem. As duas sempre me apoiaram na carreira e em tudo que eu quis fazer", disse emocionado.

O cantor, que tem sido tratado como uma das apostas para 2024 da A Loja Produções, empresa responsável pela carreira do cantor feirense Thiago Aquino, chegou a circular por outros ritmos até se encontrar no arrocha.

"Eu deixei o emprego quando lancei um bregafunk e estourou lá em Recife, 'Rebola Lentinho'. Ali eu percebi que dava para viver de música e além de cantor eu comecei a investir na produção musical. Saí porque não estava mais dando conta, trabalhava como plantonista, fazia minhas músicas e produzia outros artistas. Tive que sair porque a música é ciumenta", brincou.

A transição para o arrocha veio após perceber que o que ele gostava mesmo era falar de amor. Fã de Aquino e de outros grandes nomes do arrocha, Racine conta que só iniciou a carreira no bregafunk por entender que aquele era o melhor ritmo para estourar em Recife. Assim como o pagodão, que dá diversos artistas para Salvador, o gênero é um dos mais tocados nas ruas e paredões ao redor da cidade pernambucana.

"O bregafunk é muito viral e eu percebi que ali era a melhor forma para eu entrar na música em Recife, mas eu gosto de cantar e no bregafunk você não consegue explorar esse lado de cantor. Eu comecei a investir aos poucos em CDs promocionais e comecei com a bregadeira, mas vi que meu negócio era mais arrocha. Comecei a fazer e ver que meu público nas redes sociais, no TikTok e no Kwaii estavam gostando e pedindo mais", disse o artista que tem o gênero como carro-chefe.

O sucesso nas redes sociais foi tão rápido que Racine saiu de 26 mil seguidores para 500 mil em menos de dois meses. "Cresci muito nas redes sociais através do TikTok e Instagram, com meu audiovisual. Hoje tenho o carinho do público que me dá conselhos e me defende de haters. Porque é assim, a pessoa começa a crescer e começa a ter gente mandando mensagem de ódio".

Recém chegado no gênero, Racine afirma que não veio para ser mais um no arrocha. "Eu sei quem eu sou e o que eu quero. A gente precisa ter identidade, e eu tenho a minha. Não quero imitar ninguém, tenho meu jeito de cantar e tenho minhas inspirações, mas não deixo me levar por isso. E eu sei que sou bom no que faço".

Para o artista, o limite é o céu. "O arrocha está tomando o Brasil com novos nomes, levando a cultura da Bahia para o país e está em constante crescimento. Acho que está chegando a nossa vez, da mesma forma que veio a do piseiro. A nova geração vem forte, tem eu, tem Nadson, tem o Heitor Costa, cada um com a sua identidade e a gente está conseguindo deixar nossa marca, não estamos nem na metade do que temos para conquistar".

 Fonte: Bahia Noticias

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