'Milagre estar vivo com tantos cortes', diz mãe de bebê que sobreviveu a ataque


                                                                      (Reprodução)

O pequeno Henryque, de 1 ano e 8 meses, recebeu alta da UTI na quarta-feira (5), depois de ser ferido no ataque a uma creche em Saudades, Santa Catarina. Ele foi uma das vítimas de um agressor de 18 anos que matou cinco pessoas - uma professora, uma agente de educação e três crianças.

A mãe de Henryque, Adriana Martins, disse à revista Crescer que o filho frequentava a creche há pouco mais de um mês. "Nos primeiros dias, não o levamos porque tinham muitos casos positivos de covid", relembra.

No dia do crime, na manhã de terça, ela disse que estava trabalhando quando os funcionários foram todos chamados para serem informados que quem tinha filho na creche deveria ir até lá buscar a criança, pois "havia acontecido algo muito grave". "Fui correndo até lá e encontrei meu marido saindo da creche, dizendo que nosso filho estava no hospital. Ele contou que um louco entrou na creche com um facão atacando todos. Fiquei desesperada! Ele pediu para eu me acalmar e fomos até o hospital", diz.

Ela disse que quando chegou viu o filho sendo atendido - ferido no rosto, abdômen e outras partes do corpo, o menino chorava muito. Amigos diziam para ela agradecer pelo garoto ter sobrevivido. "Mas ouvir o choro dele e não poder pegá-lo, acalmá-lo e estar junto dele foi muito difícil", afirma. "Fiquei só vendo costurarem os ferimentos. Sem palavras para expressar o que eu senti. Eu chorava, orava e agradecia a Deus por ele estar vivo".

Henryque teve um corte perto do olho, que chegou a atingir até o osso do rosto, cortes nos lábios e gengivas, um próximo ao pescoço, que atingiu o pulmão, um na barriga e outros ferimentos mais superficiais. "Apesar de tudo, em nenhum momento, eu pensei que iria perde-lo. Confiei muito em Deus! Sabia que Deus estava junto dele, pois ele já era um milagre apenas por estar vivo com tantos cortes", conta a mãe.

Adriana lamenta pelas pessoas que não conseguiram sobreviver. "Sinto muito pelas famílias que perderam seus entes queridos. Não tenho palavras pra dizer o que sinto. Agradeço a Deus por ter o Henryque nos meus braços, mas me coloco no lugar das outras pessoas. Isso é triste demais".

Crime

Usando duas facas, o agressor chegou de bicicleta e invadiu a creche por volta das 9h30 da manhã. O local só atende bebês de 6 meses a 2 anos de idade. Cada vítima recebeu pelo menos cinco golpes.

As vítimas incluem a professora Keli Adriane Aniecevski, que foi a primeira ferida e, mesmo assim, ainda correu para a sala onde estavam quatro crianças para tentar avisar. O agressor correu para a sala e continuou os ataques, matando ainda a agente educativa Mirla Renner, 20 anos, e as três crianças.

Todas as vítimas foram atingidas com pelo menos cinco golpes. O assassino ainda tentou entrar em todas as salas da creche, mas as outras professoras conseguiram se trancar com as crianças.

O jovem de 18 anos depois se feriu com uma das armas e foi detido. Ele está internado sob custódia. A polícia não sabe o que motivou o ataque. O rapaz é descrito como introspectivo, não gostava de animais e passava horas trancado jogando partidas on-line. Ele cursava o ensino médio, mas não gostava de frequentar as aulas porque sofria bullying.

Saiba quem são as vítimas

* A professora Keli Adriane Aniecevski, 30 anos, dava aulas na unidade há cerca de 10 anos. Ela foi a primeira a ser atacada
* Mirla Renner, 20 anos, atuava como agente educacional na creche
* Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
* Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
* Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

Fonte: Correio

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