Promotora de Justiça da Bahia é escolhida como uma das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo


A promotora de Justiça baiana Lívia Maria Sant’Anna Vaz é uma das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo. Seu trabalho de combate ao racismo e à intolerância religiosa desenvolvido no Ministério Público da Bahia (MP-BA) foi reconhecido e ela foi a única brasileira com atuação no Sistema de Justiça a receber a homenagem do Mais Influente Afrodescendente (Mipad).

Reconhecida na categoria “Mentes Jurídicas”, Lívia Vaz diz que homenagem a incentiva a continuar enfrentando o racismo e promovendo a igualdade racial. A promotora destaca que um dos maiores desafios em uma sociedade estruturada pelo racismo, como a brasileira, é convencer as instituições e pessoas que nela atuam sobre a relação direta entre raça e desigualdade e, por consequência, a necessidade imprescindível de utilizar o Sistema de Justiça para lutar contra essa situação, a fim de que haja uma democracia efetiva no país.

A promotora cita que a população brasileira é formada por 56% de pessoas negras, mas este público não está representado nas instituições públicas e privadas, nos espaços de poder e decisão, o que impacta diretamente na maneira como o Sistema de Justiça oferece os seus serviços aos cidadãos. “Sabemos que essa sub-representação, quase ausência de pessoas negras, de forma mais especial ainda de mulheres negras nesses espaços, faz com que as instituições acabem reproduzindo o racismo institucional”, acrescenta Lívia.

Os reconhecimentos do Miped fazem parte da agenda da Década Internacional das Nações Unidas para Afrodescendentes, que começou em 2015 e apresentará as lideranças até 2024. São homenageados grandes empreendedores de descendência africana que atuam em setores públicos e privados de todo o mundo e fazem um trabalho relevante para reconhecer, fazer justiça e desenvolver a África e o seu povo.

Carreira 

Lívia Vaz faz parte do MP baiano desde 2004 e passou pelas comarcas de Brejões, Macaúbas, Seabra e Itabuna até chegar em Salvador. Na capital, ela iniciou na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e também passou a coordenar, em 2015, o Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do MPBA (GEDHDIS). 

A Promotoria é a primeira do país com essa atuação específica. Criada há mais de 20 anos, serviu de modelo para que outros MPs seguissem o mesmo caminho. Lívia frisa que a Promotoria de Justiça segue sendo uma das pioneiras em ações, recomendações, TACs e denúncias oferecidas, inclusive na atuação com relação a cotas raciais e recomendações quanto a políticas públicas de ações afirmativas. 

Fonte: BNews

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