Continua proibida a Guerra de Espadas no São João de Senhor do Bonfim

Pelo terceiro ano seguido a Guerra de Espadas, uma "brincadeira" com uso dos fogos de artifício conhecidos como espadas - - está proibida em Senhor do Bonfim, cidade do norte da Bahia.

A "Guerra" acontece tradicionalmente durante as festas juninas, com um artefato que é uma variação mais potente dos tradicionais buscapés, feitos de bambu, pólvora e limalha de ferro.

A cultura do São João é tão forte que a cidade já foi até conhecida como a capital baiana do forró. Além da festa, a tradição marcante do lugar é a guerra de espadas, que mais uma vez está no centro da polêmica sobre a guerra de espadas, já que Ministério Público da Bahia (MP-BA) aponta que a ação é ilegal. No entanto, alguns moradores do município são contra a suspensão da atividade.

Neste mês de junho, inclusive, o MP-BA lançou uma campanha para alertar os baianos sobre a ilegalidade da guerra de espadas. De acordo com o MP-BA, fabricar, possuir e soltar espadas é crime cuja pena pode chegar até seis anos de prisão.

"A espada, hoje, ela é lesiva, é um artefato explosivo e ela fere, mata. Mas há possibilidade da espada ser confeccionada, produzida, transportada e utilizada dentro dos padrões legais", explicou a promotora Joseane Nunes.

A Associação Cultural de Espadeiros de Senhor do Bonfim estima que cerca de sete mil pessoas participem da guerra de espadas todos os anos na cidade. Trezentas pessoas fazem parte da instituição que luta para manter viva a tradição que começou ainda na década de 30.

"O que a gente mais quer é brincar com paz e alegria na manifestação que aprendemos com nossos pais. A gente recebe, com muita tristeza, essa taxação de criminoso, por parte do poder público, representado pelo Ministério Público", disse Rodrigo Vanderley, um dos integrantes da associação.

Fonte: G1
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