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| Ex-lateral Diogo Crédito: Acervo Pessoal |
De promessa do futebol brasileiro a empresário bem-sucedido no ramo de gás, Diogo, hoje com 40 anos, transformou completamente sua trajetória. O ex-lateral, que encerrou a carreira em 2018, afirma que o ponto de virada veio após o casamento com Tatiana Paz. “Foi a minha esposa, graças a Deus, que conseguiu me ajudar. Sem ela, não sei o que seria de mim hoje”, reconhece, em entrevista ao GloboEsporte.com.
O casal administra uma distribuidora de gás que começou pequena e se tornou um negócio de grande porte na Região Metropolitana do Recife. Atualmente, a empresa conta com uma sede principal e outras seis unidades, comercializando entre 25 e 30 mil botijões por mês. Embora evite falar em faturamento, o volume de vendas indica uma movimentação de até R$ 3 milhões mensais. “O pessoal até brinca: ‘por isso que você quis parar de jogar bola, né?’”, conta, rindo.
A decisão de abandonar o futebol veio em 2018, quando o negócio da esposa passou a crescer rapidamente. “Em 2016, 2017, ela já não podia me acompanhar mais nos clubes. E foi dando certo. Eu falo o seguinte: se eu estivesse no Corinthians, no Flamengo, eu não ia parar de jogar. Mas Deus estava abrindo a porta de outra forma, então decidi parar de jogar para ficar ao lado dela e ajudar na empresa”, explica.
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| Diogo no Corinthians por Reproduçaõ |
Além do comércio de gás, Diogo lançou uma marca de roupas e acessórios e, há dois anos, se converteu ao evangelho. “Hoje vivo nas graças do Senhor Jesus Cristo”, diz.
De promessa no Corinthians à perda de foco
Antes de se tornar empresário, Diogo teve uma carreira marcada por altos e baixos. Em setembro de 2008, chegou ao Corinthians cercado de expectativa. Na época, tinha 23 anos e vinha do Sport, clube pelo qual havia conquistado a Copa do Brasil. O nome do lateral era cobiçado por gigantes como Santos, Cruzeiro e Fluminense.
No mesmo ano, fez parte do elenco que garantiu o retorno do Corinthians à Série A, sob o comando de Mano Menezes, que elogiava seu desempenho. No início de 2009, teve sequência, marcou gol no Paulistão contra o Botafogo-SP e atuou ao lado de Ronaldo Fenômeno. “Eu olhava para o Ronaldo e pensava: ‘Será que é ele mesmo? Não é possível um negócio desse", relembrou.
Mas a convivência com o astro não bastou para evitar a queda de rendimento. “Aí eu comecei a sair: festa, balada, bebedeira... Meu foco já não era mais o futebol. Comecei essa bebedeira. Então já comecei a não entrar no jogo, depois não ser relacionado. E fui saindo do trilho, fui saindo, saindo…”, confessa.
O ex-lateral reconhece que a falta de estrutura pessoal o prejudicou: “No futebol, você tem que ter uma família por trás, ter pessoas que possam te orientar, porque no futebol é tudo fácil. Se você não tiver centrado, perde as oportunidades e vai ficando para trás. E comigo foi assim. A gente pensa que já chegou lá em cima, e apenas era um passo.”
Transferências e lesão
Mesmo com propostas para defender Santos e Fluminense, o Corinthians vetou os empréstimos, e Diogo acabou cedido ao Bahia, em 2009. Sem foco, teve poucas oportunidades. “Apareceu o Santos, o Corinthians não quis me emprestar. O Fluminense, eu troquei até de apartamento, já tudo certo, e de última hora o Corinthians pegou e ‘não vai mais’. Eu fiquei bravo. E fui perdendo espaço. Minha concentração já não era mais a mesma, né?”, admite.
Depois, seguiu para o Ceará, onde retomou boas atuações até sofrer uma grave lesão - a ruptura total do adutor da coxa direita - que o afastou dos gramados por quase seis meses. “Tudo por falta de foco, porque começa a aparecer dinheiro, você começa a ganhar dinheiro. Dinheiro que você nunca ganhou e você já acha que não precisa mais, o foco já não era mais como era antes e você vai perdendo espaço, futebol...”, reflete.
Diogo ainda vestiu as camisas de São Caetano, CRB e Santa Cruz, onde foi campeão pernambucano em 2012 sob o comando de Zé Teodoro. Continuou no futebol nordestino até encerrar a carreira no Confiança, aos 33 anos.
Novo rumo e nova fé
Pai de três filhos, Diogo garante que todos herdaram o talento com a bola. O mais velho, Carlos Alberto, chegou a jogar no sub-17 do Santos.
Hoje, o ex-jogador comemora a estabilidade que não teve nos gramados e atribui sua transformação à fé e à família. “Deus abriu outra porta. Eu saí dos trilhos, mas Ele me colocou de volta no caminho certo.”
Fonte: Correio 24 Horas
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