Farmácia é obrigada a pagar R$ 56 mil de indenização a ex-funcionária por danos morais e racismo


A Justiça do Trabalho condenou a rede Raia Drogasil por danos morais sofridos pela ex-funcionária Noemi Ferrari, que denunciou ter sido alvo de ofensas racistas em um vídeo gravado por uma colega de cargo maior em seu primeiro dia de trabalho, em 2018, em uma farmácia em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

O caso viralizou nas redes sociais nesta semana, após Noemi publicar a gravação. Em março deste ano, ela recebeu R$ 56 mil de indenização.

“Essa daqui é a Noemi, nossa nova colaboradora. Fala um oi, querida. Tá escurecendo a nossa loja? Tá escurecendo. Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais”, diz a agressora, enquanto ri.

O objetivo do vídeo era apresentar Noemi para os outros funcionários no grupo do WhatsApp.

Em seguida, em tom de ironia, a funcionária passa a listar as tarefas que deveriam ser feitas por ela no local de trabalho: “Nossa, vai ficar no caixa? Que incrível. Vai tirar lixo? Que incrível. Paninho também, passar no chão? Ah... E você disse sim, né?”

Em primeira instância, a juíza Rosa Fatorelli considerou que o vídeo e a confissão da autoria pela funcionária comprovaram as alegações de falas racistas. A magistrada rechaçou o argumento de “brincadeira” ou “descontração” alegado pela defesa das rés e fundamentou que o caso demandava análise sob a perspectiva dos conceitos de racismo estrutural e recreativo, incompatíveis com direitos humanos e fundamentais.
Fonte: Central Farma 

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