A medida em que se aproxima o ano da eleição municipal, onde serão escolhidos novamente prefeito e vereadores, vão surgindo novos nomes na relação de pré-candidatos a prefeito, ou prefeita, de Jacobina. Alguns já bastante conhecidos do eleitorados e outros estreantes na disputa que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos. Acompanhe a seguir um resumo do perfil dos pretendentes ao posto, que ainda terão que passar pela aprovação nas convenções internas de cada partido. Pela quantidade de pré-candidatos até o momento, quase uma dezena, em 2024 a prefeitura de Jacobina promete ser uma das mais disputadas do interior baiano.
1- Tiago Dias (PCdoB)
Tiago Manoel Ferreira Dias, 39 anos, agricultor, foi vereador por dois mandatos, o mais votado na história do município, e eleito prefeito em 2020 – o mais jovem e o primeiro negro a chegar ao cargo, após derrotar o então prefeito e favorito à reeleição Luciano Pinheiro, em uma disputa acirrada e eleição histórica. Em 2018, foi o segundo candidato mais votado para deputado estadual do município, maior votação alcançada nos últimos 30 anos. É candidato natural à reeleição pela federação partidária que inclui o PT, PCdoB e PV. Destaca-se na sua gestão a realização de obras de infraestrutura na sede e zona rural, principalmente com a pavimentação de ruas e estradas. Seu maior desafio é resolver a crise no setor de saúde do município, agravada ao longo de várias administrações, e para isso conta com o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT) que atendeu ao pedido de estadualização do Hospital Regional Vicentina Goulart, após intensa articulação do gestor municipal, cujo processo está em andamento e pode ser visto como um marco para a Saúde de Jacobina.
2- Luciano Pinheiro (UB)
O empresário Luciano Antonio Pinheiro, 62, natural de Amargosa (BA), conhecido por Luciano da Locar, já foi vice-prefeito do município e eleito prefeito em 2016. Fez uma gestão considerada controversa, com altos e baixos, tendo como destaque a melhoria de parte da infraestrutura da cidade. Por outro lado, aliados o criticaram por falta de tato político, muitas vezes confundido com certa arrogância, tendo sido esse um dos motivos da derrota nas eleições passadas. No entanto, o fator mais significativo foi o fato de o ex-prefeito ter insistido no clima de “já ganhou” e menosprezado o potencial político e de articulação do grupo do seu principal opositor, o atual prefeito Tiago Dias.
3- Leopoldo Passos (PSD)
Leopoldo Moraes Passos, 72 anos, médico radiologista, controlou por vários anos o Hospital Regional Vicentina Goulart. Herdeiro político dos conservadores locais, foi eleito prefeito por dois mandatos consecutivos (1997/2000 e 2001/2004), apesar de sofrer forte oposição dos setores progressistas locais. A limpeza pública foi a menina dos olhos da sua administração, tendo Jacobina figurado na época como uma das cidades mais limpas do interior. Entretanto, condenado pela Justiça em 2007, ficou inelegível por oitos anos em virtude de irregularidades praticadas durante o seu governo. Com os direitos políticos retomados, persegue o desejo de voltar a comandar o município, mas tem dito que desta vez, se eleito, não será com “mão e ferro”.
4- Valéssio Brito (Psol)
O jacobinense Valéssio Brito, 38 anos, dirigente do Psol local, é hacker, artista digital e ativista do conhecimento livre. Formado em Comunicação Social e pós-graduado em Desenvolvimento de Software Livre, participou e colaborou no desenvolvimento de projetos para inclusão digital no Governo Estadual e no Programa Onda Solidária de Inclusão Digital da UFBA. Depois de alguns anos fora do município, retornou em 2020 e participou da fundação do partido na cidade. Apesar de ainda não ter sido oficializado pelo partido, se auto lançou como pré-candidato a prefeito para as próximas eleições, mesmo com a pouca experiência política que detém.
5- Mariana Oliveira (PT)
A dentista Mariana Oliveira, 51 anos, é a atual presidente do diretório municipal do PT e a sua única experiência como gestora
foi como coordenadora de Saúde Bucal na segunda gestão de Rui Macedo (2005- 2008). Apesar do pouco tempo na política, foi candidata a prefeita em 2020, ficando em terceiro lugar. Em 2022, surgiu como candidata a deputada federal e obteve expressiva votação junto ao eleitorado de Jacobina. O resultado tem sido a base para que ela se apresente mais uma vez como pré-candidata do PT. Mas, enfrenta como principal barreira o acordo federativo entre PT e PCdoB, válido para o próximo pleito municipal, e que impede duas candidaturas desse mesmo campo. Como o nome do atual prefeito Tiago Dias tem a preferência no bloco, a tendência é que Mariana salte para outra legenda da base governista estadual e assim possa garantir seu nome na urna.
6- Juliano Cruz (SD)
Juliano de Carvalho Cruz, 64, é veterinário de formação, mas tem a política como atividade principal. É vereador já no quinto mandato e foi presidente da Câmara Municipal por sete vezes. Pelo currículo, conta o folclore político, foi apelidado pelo ex-correligionário Leopoldo Passos como o “eterno vereador”. Também foi secretário municipal de Planejamento e candidato a
vice, em 2016, na chapa do ex-prefeito Rui Macedo, derrotados por Luciano da Locar. É o atual líder da bancada de oposição e
considerado como político sem “bala na agulha”. Depois de apeado da presidência da Câmara, no início deste ano, ficou sem a
moeda de troca que são os cargos de nomeação e outras benesses que tinha sob sua batuta. Candidato a deputado em 2020
pelo partido Solidariedade, obteve votação significativa e foi um dos campeões de utilização do Fundo Eleitoral com a soma de quase R$ 500 mil em gastos.
7- Rui Macedo (MDB)
Rui Rei Matos Macedo tem 66 anos e nasceu em Andaraí (BA). Médico, formado pela Ufba, chegou a Jacobina no final dos anos 1980 para atuar como médico do Trabalho da JMC. Foi secretário de Saúde na última gestão do então prefeito Carlos Daltro (1992/1996) e escolhido como o seu sucessor político. Saiu derrotado nas duas primeiras eleições que disputou e, de
quebra, ainda perdeu a admiração de Carlito que rompeu com ele nas eleições de 2000, acusando-o de traição política. Conseguiu se eleger prefeito somente em 2004, pelo PSDB. Fez um primeiro mandato considerado razoável, mesmo assim não foi reeleito. Voltou a ser prefeito em 2013 e teve um segundo mandato conturbado, mergulhado em denúncias de fraudes. Concorreu à reeleição e mais uma vez foi derrotado. De brinde teve as contas do último ano de governo rejeitadas pelo TCM e ainda foi condenado a devolver quase R$ 1 milhão aos cofres públicos. O Tribunal alegou não terem sido apresentadas sequer notas fiscais que justificassem a aplicação do recurso.
8 – Kátia Alves (PSB)
Kátia Alves, 57 é enfermeira sanitarista com experiência na atividade pública. Exerceu um mandato de vereadora, foi diretora de Turismo na primeira gestão de Leopoldo, secretária municipal da Saúde e coordenadora regional da antiga Dires. Na eleição de 2018, foi candidata a deputada estadual e obteve a segunda maior votação no município. Em 2022, foi novamente candidata ao Legislativo estadual, obtendo votação expressiva junto ao eleitorado da região. . Atualmente, ocupa o cargo de vice-prefeita do município de Jacobina. Afastou-se do grupo do atual prefeito, após ter sido exonerada do cargo de secretária de Saúde, mas nos últimos meses tem dados sinais de reaproximação, apesar de anunciar que será pré-candidata a prefeita.
9 – Paulo Henrique (PSDB)
Paulo Henrique Santos, é empresário, pioneiro no ramo de internet em Jacobina. Atual presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas). Foi Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico no início da gestão de Tiago Dias. Desenvolve e apoia ações nas áreas do futebol sub-17, foi técnico da Seleção de Jacobina no Intermunicipal, vice-presidente do Jacobina Esporte Clube (2016-2019). Atualmente, é o mais novo dirigente do PSDB no município e é a única novidade até o momento no tabuleiro das pré-candidaturas para 2024.
Fonte: Tribuna Regional