Militares derrubam Ali Bongo e anunciam golpe de Estado no Gabão

Fonte: Anadolu Agency/Getty Images

Um grupo de militares anunciou um golpe de Estado no Gabão, nas primeiras horas desta quarta-feira (30/8), pouco tempo depois de a reeleição de Ali Bongo para um terceiro mandato como presidente no país ser confirmada.

No comunicado, divulgado em rede nacional, militares alegaram fraude no pleito, realizado no último sábado (26/8). Por isso, o grupo decidiu “por fim ao atual regime” que comanda o país há 14 anos. Ali Bongo foi colocado em prisão domiciliar e as fronteiras do Gabão foram fechadas. Além disso, os oficiais que tomaram o poder anunciaram a dissolução de “todas as instituições da República”.

O grupo de militares golpistas chamou o governo de Ali bongo de “irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos”. “Em nome do povo gabonês, nós decidimos defender a paz e colocar um fim no regime atual”, disseram os militares durante o anuncio do golpe.

Com a nova tomada de poder por parte de militares, Gabão se junta a outros países da África enfrentaram mudanças de regime nos últimos anos. Desde 2020, o continente viu cinco países sofrer golpes de Estado: dois em Burkina Faso e Mali, além de Sudão, Guiné e mais recentemente no Níger.
Dinastia Bongo no Gabão

O golpe de Estado no Gabão em andamento coloca fim ao governo a dinastia Bongo, que governa o país desde 1967. Antes de Ali Bongo, eleito presidente pela primeira vez em 2009 após a morte do seu pai, Omar Bongo comandou o país por 42 anos.

As últimas eleições no país foram cercadas de polêmicas e de decisões que colocaram em dúvida a legalidade do pleito. Durante a votação, um toque de recolher nacional foi imposto, além da proibição de manifestações e do bloqueio da internet do Gabão. Antes de se reeleger, o governo de Ali Bongo ainda alterou a Constituição para permitir que um presidente fosse eleito em um único turno.
França em alerta

Após o anúncio da derrubada de Ali Bongo do poder, a França afirmou que acompanha “com a maior atenção” a situação no Gabão, sua antiga colônia.

“Mais uma vez, ao longo deste ano, estiveram presentes como sempre, e a ação da rede diplomática francesa foi marcada pela resposta a várias crises importantes, incluindo a guerra na Ucrânia e o golpe de Estado no Níger. Agora, há a situação no Gabão, que estamos acompanhando de perto”, disse a primeira-ministra da França, Elizabeth Borne.

A rapidez em comentar a situação no país expressa uma preocupação da França, que nos últimos anos tem perdido influência em países da África após golpes de Estado.

Atualmente, franceses mantém ao menos três das cinco principais companhias petrolíferas no Gabão, que é o sétimo maior produtor de petróleo da África.
Fonte: Metrópoles

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