Ginecologista é condenado a mais de 270 anos de prisão por estupro de 21 mulheres

Médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra 21 mulheres na cidade de Anápolis — Foto: Divulgação Polícia Civil

Além da condenação de mais de 270 anos de prisão por estupro a 21 mulheres, o ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 42 anos, deverá pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada uma das vítimas. O médico foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável, por violação sexual mediante fraude e assédio sexual.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), o médico responde em dois processos. Em um deles, ele foi condenado a 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e, no outro processo, envolvendo 9 mulheres, a 114 anos. A soma da pena chega a 277 anos, 2 meses e 19 dias de prisão em regime fechado.

Na decisão, dada pela juíza titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Anápolis, Lígia Nunes de Paula em 7 de junho, ela destacou a importância da dignidade sexual das pacientes. “A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Essa indispensável profissão, apesar de fundamental para a manutenção sadia da coletividade, não se sobrepõe a direitos de estirpe constitucional e tutelados pelo direito penal, como, dentro outros, o direito à liberdade e dignidade sexual”.

O médico foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável, por violação sexual mediante fraude e assédio sexual, ao fim das investigações da Delegacia de Defesa da Mulher, em Anápolis.

Nicodemos também é obstetra e, na época dos crimes, tinha registro profissional de medicina ativo em Goiás, Pará, Paraná e no Distrito Federal. Os relatos apontam que ele se aproveitava da realização de exames, como o de ultrassom endovaginal, para "ter uma conduta não condizente com o momento". A defesa do profissional da saúde vai recorrer da decisão, conforme afirmou ao G1.

Prisões
Inicialmente, algumas pacientes procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis para denunciar que foram vítimas de crimes sexuais dentro do consultório médico. Nicodemos passou a ser alvo de investigação depois que o caso ganhou repercussão e outras vítimas também procuraram as autoridades policiais para registrar os crimes.

Em setembro de 2021, ele chegou a ser preso pela primeira vez após as três priemeiras pacientes relatarem os abusos à Polícia Civil. No entanto, ele foi solto em 4 de outubro por decisão da Justiça, passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Outras ocorrências em Abadiânia foram registradas por novas vítimas e ele foi preso novamente em 8 de outubro do mesmo ano.
Fonte: O Globo

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem