Após decisão do STJ, artistas defendem restrição a paródias nas eleições de 2022


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) voltou a analisar o processo do cantor Roberto Carlos contra o deputado Tiririca (PL). No entendimento do ministro Luis Felipe Salomão, o parlamentar não precisará pagar indenização por ter feito uma paródia do Rei na campanha eleitoral de 2014. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista.

Caetano Veloso se mostrou preocupado com as consequências da disputa judicial. “Nunca deixarei, se me for permitido impedir, que a melodia de ‘O leãozinho’ ou ‘Odara’, ‘Você é linda’ ou ‘Alegria, alegria’ seja usada para fazer eleitores votarem em figuras que representem o que eu abomino”, afirmou.

“Tampouco quero que qualquer canção minha sirva para vender produtos que eu considere malignos. Eu, que até hoje não vendi nem uma nota ou sílaba para publicidade. Suponho que tenho direito moral personalíssimo sobre minhas composições", pontuou.

O jornalista, letrista e produtor musical Nelson Motta concorda. ““Eu não ficaria nada satisfeito se o Bolsonaro fizesse uma paródia de ‘Dancin’ days’ como ‘Abra suas asas/ solte suas feras/ sopre seu apito/ pra eleger Bolsonaro’ ”, pontuou.

Tanto Caetano, quanto Nelson Mota participam ativamente do debate político, mas o tema também preocupa artistas que se mantêm longe dos palanques. “Jamais liberaria uma música minha para campanha política, nunca declarei voto antes de eleições e não gostaria que meu público tivesse a impressão de que eu autorizei o uso”, disse a também cantora Marisa Monte, ao jornalista Bernardo Mello Franco, do Jornal O Globo.
Fonte: Metro 1

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