O Jacobina Notícias teve acesso à denúncia do MP. O documento traça uma linha do tempo do dia do acidente, com um cronograma detalhado por onde Petrônio esteve antes de invadir o estabelecimento, incluindo os bares onde fez uso de bebidas alcoólicas. Para o Ministério Público, o acusado deve responder por crime onde há a intenção de matar, nesse caso, com dolo eventual por Petrônio ter assumido o risco mesmo antes de ceifar três vidas.
"Assim agindo, Petrônio praticou outro crime doloso, eis que trafegou, no dia 24 de dezembro de 2021, em velocidade incompatível com a segurança de trânsito na região da Missão, em Jacobina, nas proximidades de hospitais, escolas, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradores estreitos, onde ocorre diariamente grande movimentação de pessoas, gerando perigo de dano e, posteriormente, dano efetivo", (causando a tragédia) diz trecho da denúncia do MP.
Em estado de embriaguez, conforme apontou o teste do bafômetro, Petrônio invadiu a Verdes Mares com uma caminhonete RAM 2500 e causou as mortes de Roque Ferreira da Silva, de 70 anos, Marcelo Messias da Costa Silva, 34 anos, e Luís Carlos de Jesus Silva, 33 anos. Outras três pessoas ficaram feridas, uma delas teve que ser transferida para Salvador, onde passou por cirurgia devido a fratura em uma das pernas.
Familiares, amigos e pessoas da sociedade se uniram em um protesto por justiça pelas vítimas, no dia 30 de dezembro. À época, eles pediram que a Justiça alterasse o entendimento do crime atribuído à Petrônio e que ele respondesse pelos três homicídios com intenção de matar.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Petrônio fez uso de bebida alcoólica das 11h às 15h, momento em que deixou as três pessoas mortas. Ainda segundo a denúncia do MP, Petrônio cometeu três homicídios, cujas penas previstas no Código Penal Brasileiro variam de 6 a 20 anos de prisão, para cada uma. As penas somadas podem chegar a quase 60 anos de reclusão.
No entanto, o Poder Judiciário vai analisar a denúncia do Ministério Público e decidir se acata ou não. Na Delegacia de Polícia Civil, Petrônio foi autuado por crime culposo, sem intenção de matar. Todavia, o MP entendeu que, por todas as circunstâncias que envolveram a tragédia, o acusado deve ser responsabilizado por crime doloso e ir à júri popular.
Pouco depois da tragédia, a Justiça converteu a prisão em flagrante dele em prisão preventiva. Petrônio continua preso na Delegacia Territorial de Jacobina.
Fonte: Jacobina Notícias