Exército exige vacinação e proíbe que militares espalhem fake news

Fotos Igor Estrela/Metrópoles

O comandante do Exército Brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (foto em destaque), determinou a exigência de comprovante de vacinação contra a Covid-19 e o uso de máscaras para que militares retornem ao trabalho presencial. Na mesma ordem, proibiu militares de espalharem fake news e determinou que eventos religiosos tenham sua “pertinência” analisada.

As orientações – que vão de encontro ao entendimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a obrigatoriedade da vacina e o uso de máscara e defende a plena realização de cultos e missas mesmo durante a pandemia do novo coronavírus – constam em diretriz assinada nessa segunda-feira (3/1). O texto, ao qual o Metrópoles teve acesso, foi revelado pelo site O Antagonista.

Oliveira diz ser necessário avaliar o retorno às atividades presenciais dos servidores, desde que respeitado o período de 15 dias após a imunização.

“Os casos omissos sobre cobertura vacinal deverão ser submetidos à apreciação do DGP [Departamento-Geral do Pessoal], para adoção de procedimentos específicos”, explica o comandante.

A recomendação surge após o Metrópoles revelar que 36,5 mil militares do Exército e da Aeronáutica ainda não se vacinaram contra a Covid-19.

Só na Força Terrestre, comandada pelo general Oliveira, 32,2 mil militares não se imunizaram. Na prática, isso equivale a 15% do efetivo total da tropa, que tem cerca de 215,1 mil soldados. Os números foram pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em novembro.

O objetivo da diretriz, segundo o comandante, é preservar a saúde dos integrantes do Exército e a capacidade operativa da Força Terrestre.

“A evolução da situação do combate à pandemia da Covid-19, inclusive com o avanço da vacinação, possibilita o estudo em direção ao retorno pleno da realização das atividades administrativas e operacionais, de preparo e emprego, no âmbito da Força, mantendo-se sempre como prioridade a preservação da saúde dos integrantes do EB e dos contribuintes do Sistema de Saúde do Exército, bem como da capacidade operativa da Força”, diz.

General Paulo Sérgio, almirante Almir Garnier e brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr Fotos Igor Estrela/Metrópoles

Por lei, as Forças Armadas exigem que seus servidores se vacinem contra febre amarela, tétano e hepatite B – mas não contra a Covid-19.

A orientação estabelecida pelo general Oliveira contraria o pensamento do presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo federal tem se mostrado, publicamente, contrário à obrigatoriedade da vacina.

Sem fake news

A diretriz recomenda ainda o teste RT-PCR para os militares que voltarem de viagens internacionais.

Sugere também avaliar a pertinência da realização de seminários, palestras, confraternizações, eventos religiosos ou quaisquer outras atividades que impliquem aglomeração de pessoas.

Além disso, assegura que a prestação de informação falsa sujeitará o militar ou o servidor às sanções penais e administrativas previstas em lei.

“Não deverá haver difusão de mensagens em redes sociais sem confirmação da fonte e da veracidade da informação. Além disso, os militares deverão orientar os seus familiares e outras pessoas que compartilham do seu convívio para que tenham a mesma conduta”, afirma o documento.

Fonte: Metrópoles

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