Mulheres no comando: Jacobina tem primeira equipe só de mulheres na coleta de lixo

 

Dados do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) apontam que o setor de reciclagem e resíduos - plástico, papel, alumínio e vidro -, tem 70% de mão de obra feminina. Mas quando se trata de funções de comando de equipes e de motoristas de veículos de grande porte, esses números caem drasticamente.

Quebrando tabus e com a certeza de que 'lugar de mulher é onde ela quiser', a Prefeitura Municipal de Jacobina (PMJ) passa a ter a primeira equipe de coleta de lixo composta só por mulheres. Além da motorista do caminhão compactador, mais três mulheres fazem parte da equipe.

Comandando um caminhão com mais de 3m de altura, Claudia Costa, 45 anos, faz parte do primeiro time completamente feminino da coleta. “Estou muito feliz com o meu trabalho e estou dando o melhor de mim. Tudo que é novo tem seus desafios, mas estou adorando o dia a dia das atividades e a equipe de trabalho”.

As “Superpoderosas”, como já estão sendo chamadas as trabalhadoras, não se intimidam com o trabalho duro. Muitas delas vieram do antigo “Lixão” de Jacobina, hoje um aterro controlado. No novo trabalho, além dos direitos dos trabalhadores formalizados, elas trabalham com segurança, roupas e equipamentos de proteção.

Nascida em Jacobina, Rafaela Oliveira, 26 anos, é mãe de dois filhos. “Esse trabalho é uma boa oportunidade de emprego. Antes não havia mulheres na coleta de lixo; seu espaço era somente na varrição de ruas. Tenho as melhores expectativas e considero uma experiência boa”, afirma.

Mãe de dois filhos, Eliana dos Santos é natural de Belo Horizonte (MG), mas foi a cidade de Jacobina que ela escolheu para viver. Ela relata: “Trabalhei de 2012 a 2018 no aterro sanitário, mas hoje agradeço a Deus por essa grande vitória e a oportunidade que estou tendo de trabalhar formalizada. Estamos sendo pioneiras, era um serviço só para homens. Embora haja quem critique, é grande a quantidade de elogios que recebemos - e eu só agradeço”.

Solteira e mãe de uma filha, Tâmara Luz, 25 anos, também trabalhava no aterro na época em que o local era um lixão a céu aberto. “Sempre busquei e confiei que um dia teria uma oportunidade como essa. Aí acabou surgindo, e o trabalho está sendo bom”, ela conta.

O que essas mulheres esperam é que outras tantas tenham oportunidades de trabalho e vida digna, independente da área de atuação. 



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