Foto: Divulgação/Sempre
Salvador está entre as capitais com maior índice de vacinação da população adulta contra a Covid-19 no Brasil. No entanto, até o momento, não foi determinada a estratégia para a imunização da população em situação de rua, apesar de o grupo ter sido incluído inicialmente no Plano Nacional de Imunização (PNI), elaborado pelo Ministério da Saúde. A crítica é feita por Sueli Oliveira, Coordenadora Nacional do Movimento População de Rua, e membro do Conselho Municipal de Assistência Social de Salvador (CMASS).
“A nossa luta pela vacinação da população de rua começou desde quando foi iniciada a aplicação das vacinas no Brasil. Já encaminhamos ofícios tanto para o município, para a secretaria estadual. Estamos em contato com a Defensoria Pública, que tem sido muito parceira, e com o Ministério Público. Fizemos uma carta para a sociedade baiana, para o governador, prefeito, aos órgãos de Justiça, no sentido de corrigir o apagamento que a população de rua está vivenciando, apesar de termos prioridade pelo Plano Nacional de Imunização, mais uma vez estamos sendo apagados”, conta Sueli.
De acordo com Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador, a previsão é de que 7,5 mil pessoas deste grupo prioritário sejam vacinadas na capital. Em 14 de junho, durante coletiva de imprensa, o prefeito Bruno Reis afirmou que o grupo seria imunizado com as vacinas da Janssen, única com autorização de uso no Brasil administrada em dose única.
Sueli relembra que uma nota técnica do Ministério da Saúde já havia definido a vacinação do público alvo e os municípios de Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Camaçari, ilhéus, Barreiras já iniciaram o processo. “A estratégia apontada pela nota técnica é que toda a população de rua seja vacinada como grupo prioritário. Na ordem do Plano Nacional a população de rua está no número 16. A fila já acabou e não houve a vacinação. Foi uma grave violação de direitos. O que sabemos é que faltou interesse político”, denuncia.
Nesta terça-feira (22), após mudanças de data e quantidade, desembarcou no Brasil 1,5 milhão de doses do imunizante desenvolvido pela farmacêutica da Johnson & Johnson. Estas deverão ser distribuídas para os estados. No entanto, não há ainda uma data para que seja iniciada a aplicação das doses em Salvador. Questionada, a assessoria da SMS não soube estimar a quantidade que a cidade irá receber.
De acordo com fontes ligadas à gestão municipal, o total de pessoas em situação de rua a serem vacinadas em Salvador considera os indivíduos cadastrados ou beneficiados pelos programas de assistência da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), somados aos cadastrados no Programa Corra para o Abraço, iniciativa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do Estado da Bahia.
A administração municipal trabalha com a perspectiva de que os quatro Centros Pop e o Núcleo de Ações Articulares para a População em situação de Rua sejam adotados como pontos de vacinação. Equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social também preveem a realização de busca ativa nas ruas da capital. Se a pessoa abordada pela equipe seja parte da lista de cadastrados, será levada a um dos postos de vacinação.
Caso as doses da vacina da Janssen cheguem até sexta (25), a aplicação das doses poderá ser iniciada já na segunda (28). Um anúncio oficial deverá ser feito pelo prefeito, caso as perspectivas sejam confirmadas.
Fonte: Bahia Notícias
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