Ataque israelense em Gaza mata 10 pessoas, incluindo 8 crianças

Foto: Mahmud Hams/AFP


Dez pessoas de uma mesma família palestina, incluindo oito crianças, foram mortas neste sábado, 15, em um bombardeio israelense na cidade de Gaza, informaram fontes médicas palestinas. O ataque atingiu a casa da família Abu Hatab, localizada no campo de refugiados de Al-Shati. O prédio de três andares em que estavam desabou após o bombardeio.

A mãe e seus quatro filhos - com entre 5 e 15 anos - morreram, segundo fontes médicas palestinas. Quatro primos - com entre 8 e 14 anos - e sua mãe, que os visitavam por ocasião do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, também morreram, segundo a mesma fonte.

Os dois pais, Aala Abu Hattab e Mohamad Al Hadidi, que estavam do lado de fora do prédio, sobreviveram, assim como um bebê de cinco meses, que foi hospitalizado.

As crianças "estavam seguras em casa, não carregavam armas, não disparavam foguetes", disse Mohammad Al Hadidi. "Usavam roupas novas para o Eid al-Fitr", acrescentou sobre o costume de usar as melhores roupas durante o feriado religioso.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, denunciou em um comunicado "um massacre hediondo no campo de Al-Shati". O Exército israelense, por sua vez, anunciou que atacou "um certo número de líderes" do Hamas em um apartamento na área do campo de Al-Shati.

E afirmou que "toma todas as precauções possíveis para evitar afetar civis" durante a suas operações, acusando o Hamas de usar "deliberadamente" civis como "escudo" para se proteger.

"As crianças continuam a ser vítimas desta escalada assassina. Repito que as crianças não devem ser alvo de violência ou colocadas em perigo", reagiu no Twitter Tor Wennesland, enviado da ONU para o Oriente Médio.

Israel anunciou que durante a noite realizou pelo menos cinco bombardeios em toda a Faixa de Gaza, em represália aos disparos de foguetes de grupos armados palestinos em direção a seu território.

Entre os alvos, de acordo com um comunicado do Exército, estava um dos quartéis-generais de Taufik Abu Naim, comandante das forças de segurança do Hamas, bem como vários "locais usados para disparos de foguetes" no norte e sul do enclave, além de "edifícios da inteligência militar" do Hamas.

O último balanço fornecido pelas autoridades palestinas reporta 139 mortos, incluindo 39 crianças, e 1.000 feridos nos bombardeios que Israel realiza desde segunda-feira em Gaza.

Além disso, mais de 2.300 foguetes foram disparados de Gaza contra o território israelense, onde uma dúzia de pessoas morreram, incluindo uma criança e um soldado, e 560 pessoas ficaram feridas.

Ataque à imprensa
O Exército israelense também bombardeou neste sábado, 15, um prédio de mais de 10 andares em Gaza que abrigava os escritórios da emissora Al Jazeera e da agência americana de notícias Associated Press (AP), confirmaram jornalistas da AFP no local.

Jawad Mehdi, proprietário do edifício Jala, informou que um oficial da inteligência israelense o avisou antes do ataque que ele tinha uma hora para evacuar o prédio. Ele solicitou dez minutos adicionais para os repórteres embalarem seus equipamentos, mas teve o pedido recusado.

A AP disse estar "chocada e horrorizada" com o ataque israelense que destruiu o prédio. "Este é um acontecimento incrivelmente perturbador. Nós evitamos por pouco terríveis perdas de vidas", declarou o chefe da agência, Gary Pruitt, em um comunicado.

"O mundo ficará menos informado sobre o que está acontecendo em Gaza por causa do que aconteceu hoje", acrescentou Mais cedo, Jon Gambrell, jornalista da agência de notícias, escreveu no Twitter que "um ataque israelense destruiu o prédio que abrigava os escritórios da AP em Gaza".

"O Exército avisou o proprietário do prédio onde fica o escritório da AP que o local seria alvo de um bombardeio", escreveu ele pouco antes do ataque. Jornalistas da AFP viram a torre desabar após ser atingida por vários mísseis.

A rede de televisão Al Jazeera confirmou no Twitter que seus escritórios ficavam neste prédio e transmitiu ao vivo as imagens da torre desabando e sendo reduzida a uma montanha de escombros.

"É claro que foi decidido não apenas causar destruição e mortes, mas também silenciar aqueles que são testemunhas", reagiu à AFP Walid al-Omari, chefe do escritório da Al Jazeera em Israel e nos Territórios Palestinos.

"Continuaremos nossa cobertura de notícias apesar da destruição (...) Voltaremos ao ar com novos equipamentos", garantiu Safwat al-Kahlout, correspondente do canal em Gaza.

Fonte: A Tarde

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