Operação Mão Dupla: Empresa ligada ao Detran era de fachada, diz polícia


     Foto: Ascom PC

O delegado do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado, José Bezerra, e a delegada Fernanda Ásfora, da coordenação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro do Draco, explicaram através de uma coletiva virtual na manhã desta quarta-feira (24) como ocorreu a operação Mão Dupla, em Salvador. Deflagrada na data de hoje, a ação busca investigar fraudes em licitações no Detran.

De acordo com os agentes, a operação teve como alvo cerca de dez pessoas, quatro jurídicas, quatro físicas e duas de fundações de direito privado, conveniadas ao Detran. Foram realizados mandados de busca e apreensão em endereços da capital baiana.

Segundo Ásfora, na ação, foram encontradas “quantias em dinheiro, cheques, totalizando R$ 80 mil, equipamentos eletrônicos e documentos diversos, relacionados à contratação”.

“A Investigação se deu em torno de um contrato do Detran, da Escola Pública do Detran e uma fundação de direito privada com sede na capital. Foi um contrato de 2016 que, em virtude diversas prorrogações, que se deram inclusive de forma irregular, foi executado até o ano de 2019, sendo suspenso após a identificação de possíveis fraudes no processo licitatório, na contratação e execução do contrato, que tinha o valor mensal de 605 mil reais, e que, ao final, custou R$19 milhões”, revela a delegada. 

Ásora ainda contou que o processo de investigação foi deflagrado após uma denúncia e que após uma análise no processo licitatório, foi identificado que a empresa vencedora seria de fachada.

A responsável pela coordenação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro do Draco destaca ainda que poderão surgir outras fases da operação e que não há como descartar a participação de agentes públicos e políticos no ato. 

“No início da investigação, com o possível indicativo de fraude, a partir de uma denúncia, fizemos uma análise acurada do processo licitatório. A partir da análise do processo licitatório e dos atos executórios, descobrimos que a contratação da fundação teria sido de fachada, apesar de ter sido contratada para prestar o serviço de forma direta, ela [a fundação] não tinha servidores no seu quadro. Tinha somente uma atendente e um porteiro,não tinha condições de executar o contrato, esse foi o grande ponto-chave, o indicativo da contratação fraudulenta”, relata Ásfora.

Fonte: Varela Notícias

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