Uma mulher foi presa após um menino de cinco anos morrer depois de cair do 9º andar da sacada de um prédio do condomínio Pier Maurício de Nassau, no bairro São José, área central de Recife, nesta quarta-feira (3). Ela é patroa da mãe da criança e suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar). As informações são do Uol.
Segundo a polícia, a mulher teria negligenciado e se omitido de cuidar do menino enquanto a empregada doméstica saiu do apartamento para passear com o cachorro da família. Após pagar uma fiança de R$ 20 mil, a investigada obteve a liberdade provisória.
Imagens do circuito do condomínio apontaram que o menino foi deixado sozinho dentro do elevador pela empregadora da mãe. O menino saiu à procura da mãe e acabou se perdendo no prédio, vindo a cair fatalmente de uma uma altura de 35 metros.
A criança acompanhava a mãe ao trabalho porque a creche que ela estudava está com atividades suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. O enterro do corpo do menino ocorreu na quarta, no cemitério do distrito de Bonança, em Moreno, na região metropolitana de Recife.
O delegado Ramon Teixeira, responsável pelas investigações, informou que não vai divulgar o nome da investigada porque se ateve a divulgação dos fatos investigados.
Segundo a polícia, a perícia criminal foi clara ao apontar, cronologicamente, que não houve presença de uma segunda pessoa no local que o menino caiu. Imagens do condomínio foram analisadas pela polícia, que confrontou com as investigações dos peritos do Instituto de Criminalística, concluindo que a morte da criança foi acidental.
“Tudo indicou uma morte acidental. O que restava a eventual responsabilização pelo fato da criança ter ficado só. Foi possível montar uma cadeia cronológica, que a criança tentou entrar uma vez no elevador, atrás da mãe, que a havia deixado sob a responsabilidade da empregadora e foi retirada. A criança retornou ao elevador e identificamos que, enquanto a criança apertou os botões, a moradora, possivelmente cansada de tentar tirar a criança, aperta um outro andar superior ao qual residia, e a criança acaba a ficar só no elevador”, relatou o delegado.
O delegado informou que um dia após o ocorrido entrou na segunda parte da investigação para saber de quem era a responsabilidade por deixar a criança sozinha e descobriu que a própria patroa da mãe do menino o deixou sair sozinho pelo elevador. A criança apertou aleatoriamente os botões do equipamento, que parou no sétimo e no nono andar, saindo neste último. E seguida, o menino caiu do prédio.
Moradores contaram à polícia que chegaram a ouvir o menino gritando pela mãe, no momento em que possivelmente a viu na via pública passando com o cachorro da patroa.
“A moradora tanto tinha, temporariamente, o dever e poder de impedir o resultado que aconteceu. Apertar o botão e permitir o fechamento da porta elevador, a catalisação da sequência direta dos eventos. Isso permitiu que fazer análise jurídica a título de culpa a moradora do edifício”, completou o delegado.
A mãe do menino, ao voltar para o condomínio, se deparou com a criança caída no chão e um médico que mora em um dos apartamentos ajudou no socorro da vítima. O socorro ocorreu em carro particular, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegou ao local cinco minutos depois. O menino morreu a caminho do hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife.
A polícia civil informou que tem o prazo de 30 dias para concluir do inquérito para ser remetido ao Ministério Público Estadual. Após receber o documento, o órgão analisará se denunciará o caso ou não à Justiça.
Fonte: BNews
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