Faleceu por volta das 22h de quinta-feira (18), no Hospital de Campanha de Feira de Santana o paciente de covid-19 Venâncio dos Santos Filho, de 56 anos. No dia 8 de junho ele gravou um vídeo relatando que faltava medicamento no hospital e reclamando do atendimento.
A informação do falecimento foi confirmada ao Acorda Cidade pela nora e pela esposa do paciente. Ele era hipertenso, diabético, tinha asma e estava no Hospital de Campanha desde o dia 7 de junho.
A nora dele, Jamyle Neves, informou ainda na tarde de ontem que o estado de saúde dele se agravou e precisava fazer diálise, porém o procedimento não foi feito.
“Está entubado desde o dia 11 de junho e desde o dia 17, está precisando de hemodiálise. [Nesta quinta-feira, dia 18] o médico que passou o boletim do dia disse que o hospital não tem o aparelho da hemodiálise, que está esperando chegar. Porém ele não tem tempo para isso! Gostaria de denunciar essa situação. A falta de estrutura para atendimento de pacientes com covid-19.”, relatou ontem antes do falecimento do sogro.
Ao Acorda Cidade a esposa informou que ele estava com 30% do pulmão comprometido e que o estado de saúde se agravou no hospital.
Diretor diz que hosptial tem aparelhos para diálise
O diretor-médico Francisco Mota lamentou a morte do paciente e afirmou que a unidade tem aparelho, porém para submeter ao procedimento ele precisa ter condições mínimas de realizar a hemodiálise, e Sr. Venâncio não tinha condições.
“Se ele não fosse grave ele não estaria internado. Todo paciente que está internado é porque necessita de cuidados maiores. Foi detectada uma piora, o paciente foi levado para a UTI, o pulmão já não estava dando conta, e teve que entrar em ventilação mecânica. Foi dada toda assistência necessária. Sobre a diálise o aparelho está instalado no hospital, mas o doente para fazer diálise e precisa ter um teto clínico. Não posso submeter o doente a um procedimento em que ele tem que ficar em uma posição que ele não consegue respirar, ele estaria sendo induzido ao óbito. Não posso dialisar um doente de qualquer jeito. Ele precisa ter condições clínicas mínimas para isso. Não foi por falta de assistência, não foi por falta de aparelho, infelizmente não vamos ganhar todas as batalhas contra o coronavírus”, informou o diretor-médico ao Acorda Cidade.
Francisco Mota destacou que a covid-19 é uma doença grave e que a equipe busca fazer o melhor.
“Lamento o falecimento, naturalmente não é um assunto nem um pouquinho agradável, só a família sabe a dor que é perder alguém. Nós nos solidarizamos com a família. Com qualquer paciente que entra no nosso hospital tentamos fazer e fazemos o melhor. Ela tem razão quando disse que o estado de saúde dele se agravou. Mas, infelizmente, essa é a história natural da doença. O que nós fazemos é justamente tentar lutar contra isso. A covid-19 é uma patologia grave. Não é uma doença simples, não é uma gripezinha, como alguns andam dizendo por aí. É uma patologia que pode ser muito grave e por isso que temos necessidade eventualmente de internar em UTI, tem uma necessidade de respiração mecânica, de ser entubado”, declarou o médico alertando para que as pessoas mantenha o distanciamento social durante o São João, evitem realizar ou fazer festas.
Fonte; Acorda Cidade
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