Aos 72 anos, o cantor Moraes Moreira revisitou a sua história de vida e a trajetória com os Novos Baianos, em entrevista ao O Globo, publicada nesta quarta-feira (15). Depois de viver e sobreviver à Ditadura Militar, o artista analista o atual cenário político brasileiro e surpreende ao afirmar que o país vive um momento ainda "pior" do que nos tempos de regime autoritário.
"Pior que no tempo da ditadura. Primeiro porque naquele tempo tocava música brasileira no rádio. E hoje tem essa coisa que a gente não sabe direito... Amanhã a Ancine pode acabar, depois da amanhã pode não ter mais teatro. É uma pressão psicológica", opina.
Há mais de 50 anos residindo no Rio de Janeiro, o baiano Moraes não se diz contente com os rumos da cidade, mas confessa: "Tá uma merda, né? Mas é aquela merda que a gente ama".
A pegada hippie em meio à Ditadura Militar fez Moraes, Galvão, Baby, Pepeu, Dadi e Paulinho Boca de Cantor passarem despercebidos e ilesos pelo regime. "Era a política comendo e a gente dando risada", brinca.
"Brincadeira, é que a gente tava numa onda totalmente diferente. Éramos amigos do pessoal do Partido Comunista, que dizia para a gente: 'Vocês não podem ser do partido porque são muito alegres'", relembra.
Moraes nega que fossem "alienados", apesar de serem vistos dessa forma pela polícia, que segundo ele, só "dava prensa" para procurar alguma "baganinha" - que sempre encontravam.
Fonte: BNews
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