O policial militar Alexandre Borges foi preso preventivamente nesta quinta-feira (22) em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, pelo assassinato do autônomo Francisco Rodrigo Plácido da Costa, 28, no sábado (17), na cidade vizinha de Terra Nova.
O crime ocorreu momentos depois de o policial ter discutido com a vítima em um bar, na madrugada de sábado, e a conversa acalorada ter terminado com um abraço entre os dois. Costa foi morto com dois tiros na cabeça, sem que tenha esboçado tentativa de agressão ao policial.
Segundo a Polícia Civil, antes do crime, Borges discutia com o dono do bar sobre o suposto pagamento de um dinheiro, quando Costa, que também bebia álcool no mesmo estabelecimento, entrou no meio da discussão.
O dono do bar insistiu em não dar dinheiro ao policial, que teria ficado irritado com isso e com a intervenção da vítima. Testemunhas relataram à polícia que Borges, que é soldado, estava no bar acompanhado de um tenente.
Ainda segundo relatos de duas testemunhas do crime à Polícia Civil, o soldado da PM saiu do bar parecendo que a situação tivesse sido resolvida, pois deu até aperto de mão e abraço na vítima.
Meia hora depois, ele pegou seu carro – um Corsa prata – e foi em busca de Costa, localizando-o numa área central da cidade com outros amigos. Parou o veículo e fez cinco disparos, sendo que dois atingiram a vítima e três um caminhão-baú.
O policial é lotado na 20ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), sujo comando informou que Borges “já foi submetido a exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica de Santo Amaro”.
Borges, diz o comunicado, “será apresentado na Corregedoria Geral da PM, em Salvador”. A 20ª CIPM informou ainda que foi instaurada uma investigação para apurar as circunstâncias do crime.
Em Terra Nova, o assassinato de Francisco Rodrigo Plácido da Costa, conhecido como “Duque”, deixou muitas pessoas revoltadas, sobretudo porque o crime foi por motivação banal. Costa era solteiro e tinha uma filha de 6 anos.
Na segunda-feira, cerca de 200 pessoas, entre amigos e familiares da vítima, fizeram um protesto em Terra Nova para pedir justiça. “Sabemos que não vamos trazê-lo de volta, mas queremos que o culpado seja punido”, disse um parente da vítima que não quis ter o nome divulgado.
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